NOTA EM APOIO A MINISTRA MARIA APARECIDA GONÇALVES

Nós, mulheres negras do Brasil organizadas, em rede nacional – Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB,  irmanadas com as mulheres do mundo afetadas pelo racismo, sexismo, neoliberalismo, lesbotransfobia, pelo capacicitismo e outras formas de opressão, exploração e dominação, estamos em marcha. Inspiradas em nossa ancestralidade, somos portadoras de um legado que afirma um novo pacto civilizatório tendo como prática política o Bem Viver, e neste ideário que manifestamos nosso total apoio, a Ministra Maria Aparecida Gonçalves, gestora pública a frente do Ministério da Mulher, em  reconhecimento de sua ética política, sua experiência em governanças públicas, o seu compromisso no processo de reconstrução, da democracia no Brasil com eleição Lula 2022. E, repudiamos veenentemente as medidas de cunho misógeno adotadas, pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com relação a representação das mulheres, nos Ministérios posto que estamos muito distante, a paridade de Gênero, no governo, no partido político, a saída da Ministra Anisisa Trindade (MS), e a perseguição a Ministra Maria Aparecida Gonçalvez, do Ministério da Mulher explicitam ação patriarcal e desrespeitos aos movimentos de mulheres negras, de mulheres indigenas, feminista, do feminismo negro interseccional, transfemismo  e a toda mulheres, jovens e meninas brasileiras. Exigimos a permanência da Ministra  Maria Aparecida Gonçalves, nosso único elo com o governo federal.

Somos 57 organizações de mulheres das cinco Regiões do país, estamos indignadas com distanciamento entre governo e sociedade organizada, não temos espaço de diálogos permanentes, sobre as políticas públicas  macro que são estruturantes das iniquidades.

Cientes, da importância que os votos das mulheres racializadas, tiveram nesta eleição 2022 somos 49 milhões, o maior contingente populacional brasileiro, fomos e continuamos sendo a base para o desenvolvimento, econômico e político do Brasil, sem que a distribuição dos ativos, do nosso trabalho seja revertida para o nosso próprio benefício.

Nosso apoio a Ministra Maria Aparecida Gonçalves, se orienta pela transição de governo 2022, que atendeu às demandas das mulheres plural e diversas, alterando status Secretaria de Políticas para Mulheres, para Ministério da Mulher, a Ministra assume cargo e o enfrentando o desmonte, o esvaziamento, o sucateamento, e principalmente baixo orçamento público da pasta, imposto pelo governo genocida, negacionista (2016/2022), que destruiu toda estrutura de participação popular, de programas, projetos e ações ampliando as situações de violências estatal, contra vida das mulheres, jovens e meninas no Brasil. 

E, como defensoras dos direitos instituídos com lutas, estamos simultaneamente engajadas nesta reconstrução, por meio do processo estruturante do Conselho Nacional de Direitos da Mulher, da Igualdade Racial, da Saúde, da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que também ocorrerá em 2025. Preocupadas com a política de desqualificação, desvalorização das Ministras, realizado por meio de ataques permanentes, as chantagens por ministérios que a extrema direita, a direita/Centrão, tem infringido na agenda pública. Os desgastes intencionais a Ministra Cida Gonçalves (MM), Anísia Trindade (MS), Anielle Franco (MIR), tem endereço, tem nome não é ao acaso, o objetivo é em nome da “governabilidade”, substituir estas Ministras comprometidas, das mulheres, das populações negras, originárias, LBTs por pessoas ligadas aos grupos conservadores, fundamentalistas, supremacistas, racista, fascista não aceitamos esta necropolítica.

E, conclamamos a unidade na diversidade de movimentos de mulheres, feministas plurais e diversos, a se somarem nesta luta, para garantir a continuidade deste processo de reconstrução da democracia, ainda fragilizada e sofrendo ataques sistêmicos, garantir o conjunto de políticas ´públicas para mulheres, é garantir continuidade da gestão com nossa Ministra Maria Aparecida Gonçalves, que tem acúmulo na gestão pública, que dialoga e negocia permanentemente com os movimentos sociais, e estamos perdendo espaço de representação com a demissão da Ministra Nísia Trindade.

Presidente Lula, nós mulheres marchantes exigimos respeito a democracia representativa, na governabilidade, sem violência política de gênero, e raça/etnia, de classe, sexualidade em defesa do Bem Viver.

Março 2025

Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB

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